A escrita enquanto terapêutica

Escrever é terapêutico. Seja uma carta para si mesmo, seja uma carta para outrem. Sejam anotações a esmo. Seja aquele caderninho dos sonhos ao lado da cama.

E, quando falo em escrever, não me refiro a “digitar”, mas a escrever, tal como naqueles antepassados, que não tinham teclado e smartphones…

A escrita nos salva de nós mesmos. É no papel que, muitas vezes, colocamos aquele conteúdo que não conseguimos olhar quando apenas pensamos.

E isso sem falar nos diários, seja da nossa adolescência, seja da vida adulta. É ali, na adolescência, que podemos colocar nossos segredos mais ocultos, contar como foi o dia (para ninguém mais do que nós mesmos!). É onde os tímidos falam. É onde os segredos são descobertos. É onde podemos falar, ainda que em silêncio, através da nossa escrita.

Muita gente tem o desejo de escrever um livro, em algum momento da vida. Tem aquela história de “comprar uma bicicleta, plantar uma árvore ou escrever um livro?”. E, sempre que escrevemos um livro, qualquer que seja ele, contamos, também, a nossa história através daquilo que está escrito.

As pessoas podem querer escrever sobre um sonho, um aprendizado, um fato (real ou imaginário), uma mensagem, uma reflexão. Pode ser a intenção de deixar uma mensagem para os filhos. Pode ser a forma de deixar um projeto seu para o mundo. Pode ser um caminho de auto-expressão. Pode ser um movimento de expressar-se, sobretudo.

E qual o sentido de escrever, para você? Por qual motivo, lá no fundo, deseja deixar um livro? Ou algo escrito, que seja uma carta para alguém? Por que você quer escrever algo para alguém?

A escrita é um dos caminhos do autoconhecimento. E como é este viajar para dentro antes de viajar para fora? Como é calar-se para poder, depois, colocar em tinta, no papel?