Textos

Invisíveis

Há uma coisa que me choca na sociedade e no dia-a-dia.

Eu sei que eles (e elas) já foram chamados de mendigos, moradores de rua e, hoje, são as pessoas em situação de rua. E acho que não há nomenclatura mais apropriada: a pessoa está em uma situação de rua. Ela não pode ser moradora de rua, pois na rua não se mora. Na rua se passa, se vai, se vem. Mas, morar, não.

E, existem pessoas que vivem ali. Aos pés do nosso prédio, do nosso trabalho, da loja em que compramos roupas, do restaurante em que comemos, da rua por onde passamos.

E, o que eu vejo, no dia-a-dia, e que me choca, é que há a invisibilidade social. Para a grande maioria das pessoas, há o outro (a amiga, o colega, o cônjuge), ou há o celular, a rede social. E o espaço da pessoa em situação de rua é o não-outro.

A pessoa que passa, ali, não vê que existe uma pessoa bem próxima ao chão. E que aquela caixa, aquele jornal, podem ser armário e cama. E cobertor, e roupa. E ser humano. E fome. E silêncio. E grito. E pedido de “olhe para mim”.

Mas os outros, os transeuntes sequer olham. Ali, para eles, não há pessoa.

Me choca o olhar, a miséria, a fome, a invisibilidade do outro. O outro é não-outro. E me choca as pessoas, às vezes, esbarrarem, pois os olhos estão nos celulares. E, às vezes, podia ser uma pedra. Mas não é: é um ser humano. Igual aquele, com o olhar no celular.

Eu, quando saio do trabalho, vou para casa. Abro a porta com a minha chave. Encontro a minha família. Abro a geladeira, pego água. Durmo com cama, cobertor, travesseiro. Mas eu vejo – porque olho – para as pessoas (in)visíveis. Olho nos olhos dela e falo: “boa noite, fica com Deus”.

Eu moro na minha casa. Eles, moram em lugar algum. São desterritorializados. Não vistos. Não falados.
O diferente provoca o desejo de distanciamento.
Repudiamos o que não nos é igual. “Narciso acha feio o que não é espelho”, já dizia Caetano Veloso.

E, há entre eles, as pessoas em situação de rua, uma cumplicidade, um carinho, um olhar. Uma fala, um verbo. O silêncio, entre eles, inexiste. Pode existir para nós, que não vivemos ali. É um barulho que não escutamos. E eles, por seu lado, olham para nós, como um espetáculo, como um diferente. Como se fossem mundos paralelos, que não conversam, literalmente. Sequer se olham. Que dirá se dialogam.

A invisibilidade e a não-comunicação entre os mundos. O mundo de fora, e o mundo de dentro.

As grandes perguntas são: o que é fora e dentro? Onde está o fora seu e meu? Em que miséria de nós mesmos estamos vivendo?

O silêncio e o verbo

O silêncio, em geral, nosso e do outro, é bastante protetor. Por outro lado, em algumas situações, é preciso que nos coloquemos, que falemos, que seja verbalizado (em verbo mesmo), para que não adoeçamos, e nem para que alguém nos engula. Ou seja: tanto as palavras quanto o silêncio são essenciais no nosso dia-a-dia. Cabe a cada um de nós saber a hora de um e a hora do outro.

É preciso silenciar quando estamos com o outro que não ouve, que não recebe (ou não quer receber), que não aprende, que não troca. Aquelas pessoas que expõem os seus pensamentos de forma ríspida, agressiva, como “donos do mundo”, ou “donos do outro”, merecem o nosso silêncio. Pessoas que sabem tudo e demais sobre o mundo, sobre as coisas, sobre as pessoas, não abrem o espaço para a troca. Para estas, o nosso silêncio.

No entanto, é importante falar quando os nossos limites são ultrapassados, quando nos desrespeitam, nos ofendem. Quando não podemos mais lidar com aquilo que nos desagrada. A palavra pode ser, até, no olhar.

Quando este mesmo outro ultrapassa os limites de uma convivência de respeito, é preciso que venha o nosso verbo. Engolir, nestes casos, trata-se de adoecimento do lado de dentro. O grito do lado de dentro, o grito não falado para o outro adoece o nosso lado de dentro, ensurdece a nossa alma.

O silêncio pode nos proteger do mal, mas também de nós mesmos. Muitas vezes, falamos algo que não acrescentará nada. Que não chegará a ninguém, que não vai edificar nenhuma discussão ou solucionar qualquer questão.

E, pensando por este viés, o nosso silêncio pode confortar aquele que esteja querendo dividir. Pode ser o ouvido e olhar atentos à angústia alheia, e que precise apenas de uma presença silenciosa, em um mundo com tantos bla bla blás. O silêncio, assim, pode ser consolador, acolhedor, o amparo ao sofrimento alheio. E, até a alegria alheia. O silêncio também acolhe a alegria!

E, por outro lado, as palavras bem ditas, ditas na hora certa, nos protegerá, resguardará o nosso limite, a nossa essência e não permitirá o barulho do lado de dentro. Tem que ser dito o que se quer ou não, o que aceitamos ou não, o quanto estamos tristes ou felizes, a quem precisar de limites, e de ajuda, e até de nossa gratidão. Se calar aquilo que precisa ser dito, pode gerar tristeza. A fala deve ser para aqueles que têm a disponibilidade de ouvir.

Tudo, na vida, requer equilíbrio e lucidez, pois, o que é excessivo, transborda, excede. Falar nos momentos apropriados, junto a quem sabe e merece ouvir o nosso verbo; e calar quando de nada servirá a nossa fala, será um dos melhores bens que faremos a nós mesmos, e a quem convive conosco. Porque há aqueles que merecem o som da nossa voz; enquanto há aqueles que merecem o nosso mais profundo silenciar.

Formas para aliviar a ansiedade

Sentir-se ansioso é uma resposta do nosso corpo. É muito comum ser ansioso em algum momento da vida e isso não quer dizer que é algo negativo ou doentio. A ansiedade é um conjunto de sinais que sentimos no corpo em relação a algo que vivemos externo (ambiente, pessoas, relações) ou interno (pensamentos, sentimentos, lembranças). Cada um sentirá de um jeito diferente, de acordo com a forma como interpreta aquilo que rodeia ou aquilo que pensa e sente. A ansiedade, portanto, não é igual para todos. O sentimento de ansiedade pode se manifestar através de alterações físicas no corpo, ou através de pensamentos a algo que tememos. E quando o nosso corpo fica excitado (ou em alerta) em relação a determinadas coisas que acontecem, a ansiedade se torna algo ruim.

Na maior parte das vezes, é a ansiedade a nossa reação a situações que considerados difíceis, desconhecidas ou com um grau de incerteza. É porque a ansiedade é a resposta (involuntária, muitas vezes) que nos ajuda a sobreviver. Não podemos querer nos livrar dela, e não queremos que isso aconteça (você quer?). Não é possível não sentir ansiedade. O que podemos fazer é nos acalmar quando não há necessidade de uma resposta através da ansiedade. Psicologicamente, é conhecido como resposta de luta ou fuga.

O que pode ser feito, então?

Você pode decidir pensar (de forma consciente) em substituir a resposta de ansiedade. Você deverá ter consciência de que existe um conjunto de estratégias, técnicas e processos que pode usar no momento de ansiedade.

Então, abaixo, seguem algumas dicas para que você, de forma consciente, possa optar por fazer, se assim o desejar. Experimente usar uma, duas, ou mais técnicas que possam funcionar para você. Não tente forçar algo que não te pareça factível e/ou irreal para a sua realidade / mecanismo interno.

Encare a sua ansiedade como normal.

Todos estamos preparados para sentir ansiedade. Sentir os sintomas dela não é o problema. O problema é a interpretação que se faz sobre essas sensações no corpo e o receio do que possa vir acontecer. O problema não é O QUÊ, é o COMO. Dessa forma, se você perceber que não está em perigo ou que aquilo que está sentindo é uma reação natural do seu corpo, pode acionar formas para diminuir o incomodo. Entenda que o excesso de preocupação é um resultado químico do seu corpo (e cérebro) e não uma fraqueza pessoal.

O que fazer? Diga a si mesmo(a), em voz alta ou internamente (mas, se for internamente, ouça sua voz se dizendo) que não há nada de errado com você; isto é o seu corpo reagindo ao estresse, medo, angústia, etc.

Faça respiração abdominal

Aprenda a fazer este tipo de respiração (inchando e encolhendo a barriga, ou baixo ventre). Este tipo de respiração envia relaxamento para o cérebro, acalmando mente e corpo. Você pode diminuir seus níveis de ansiedade através de uma forma mecânica (pela respiração) para que consiga colocar-se em um estado mais tranquilo e, só então, retornar ao controle da situação. A decisão de respirar diferente e melhor é o melhor exemplo de como usar o cérebro para controlar o corpo. E, você pode integrar este tipo de respiração ao seu dia-a-dia, e praticá-la com frequência (tal como uma meditação). Há sempre um tempinho (alguns segundos!) para uma respiração profunda antes de uma reunião, nas pausas do trabalho, ou quando você toma consciência de que está muito preocupado(a).

O que fazer? Quando começar a se sentir ansioso(a), use o sentimento de ansiedade para fazer, pelo menos, algumas respirações abdominais profundas. Isto vai relaxar você.

E sobre a respiração abdominal?

Preste atenção na forma como você respira, de forma consciente. Você conhece o modo como você respira? Já olhou para a sua própria respiração enquanto respira?

Concentre-se nas partes do seu corpo que usa para respirar. Sinta que músculos se movimentam durante a inspiração e expiração.

Preste atenção sobre as sensações que sente enquanto respira. Memorize estas sensações.

Coloque uma mão no seu peito e uma sobre o estômago.

Note os movimentos de expansão e contração do peito, conforme inspira e expira.

Note os movimentos de expansão e contração do estômago, conforme inspira e expira. Preste atenção a essas sensações durante um tempo.

Sempre que perceber que está respirando pelo tórax (movimentos do peito), mude para os músculos do estômago.

Foque sua atenção na expiração e liberte o ar pela boca.

Decida fazer exercícios

Você está envolvido demais nos seus problemas, no seu trabalho, nas suas atividades diárias, que não percebe a necessidade de diminuir o ritmo? Quando vê, está exausto, estressado, ansioso? Para alguém com uma vida exigente, atribulada, cansativa, ou para alguém que vive sob preocupações, a atividade física pode ser uma ótima forma de relaxar, permitindo que a pessoa quebre o padrão de pensamento ansioso.

Vinte minutos de exercício por dia pode diminuir a ansiedade, aumentando os níveis de energia do seu corpo. Exercitar-se (pode ser uma caminhada / corrida em algum local agradável) gera adrenalina, cortisol, que são produtos químicos libertados quando estamos sob estresse.

O que fazer? Busque um lugar que goste. Se você é do RJ, a praia? A Lagoa? O Maracanã? Uma praça perto de casa? Experimente caminhar por 10 minutos hoje. 20 minutos na semana que vem. Faça isso, pelo menos, três vezes por semana.

Reformule seu conceito de ansiedade

Na base da ansiedade, há sempre alguma emoção associada. Interpretar alguma situação de estresse (falar em público para um tímido, por exemplo), como sendo algo emocionante, ou invés de algo assustador (apenas a troca do termo) pode conduzir a um desempenho melhor.

Alguns exemplos podem ser:

“Será uma prova difícil”. Troque por: “É um teste para avaliar o meu conhecimento estudado”.

“Será uma apresentação assustadora”. Troque por: “É uma oportunidade de expor meus conhecimentos e conhecer e interagir com pessoas que estarão interessadas em me ouvir”.

“É uma entrevista de emprego, estou nervoso”. Troque por: “Fui selecionado para a entrevista, tenho competência para o cargo e tenho chances de conseguir”.

O que fazer? Troque as possíveis frases nada impulsionadoras por outras que possam ajudar você a se ajudar.

Pratique parar de pensar

Quando você está envolvido em um pensamento que te deixa ansioso(a), diga a si mesmo: “Ei! Páre!”. Esta frase (e a sua voz de comando) interrompe a cascata de pensamentos ansiosos. É rápido, eficaz e atento.

O que fazer? Cada vez que você começar a ruminar (negativamente) sobre determinada situação, diga a você mesmo “pare!”. Com persistência e prática, o pensamento ansioso pode ser abandonado.

Quando parar de pensar sobre os pensamentos ansiosos, faça a substituição por pensamentos de paz

Parar de pensar é uma ótima técnica. Mas, pode ser ainda melhor quando combinada com pensamentos apaziguadores que você preparou para dizer para você mesmo em situações estressantes / ansiosas.

O que fazer? Faça uma lista de pensamentos que sejam reconfortantes para usar quando você se pegar preocupado.

Alguns exemplos:

Eu fiz o meu melhor. Não preciso me preocupar mais com isso.

Ninguém é perfeito. Nem eu devo ser. Se algo der errado, pode ser uma ótima oportunidade de aprendizado e tentar de novo, se for possível.

Eu já fiz isso antes. Posso fazer / tentar de novo.

Faça listas de preocupações e planos de ação

Tome consciência das suas preocupações e escreva-as num papel.

Perceba quais dessas podem ser alvo unicamente dos seus pensamentos e, se, hoje ainda, você pode fazer algo para contribuir para a solução destas preocupações.

Este exercício deixa você livre para que possa ocupar a sua mente com o que é prioritário no momento.

Da mesma forma, os planos podem libertar a sua mente da indefinição e incerteza, que se materializa quando você começa a se questionar com pensamentos sabotadores / limitadores / ansiosos / frustrantes.

O que fazer? Faça uma lista das preocupações. Defina prioridades e trace planos para a sua solução.

Use os sentidos e sentimentos para afastar-se dos pensamentos ansiosos

Quando você estiver em queda (emocional, sobretudo), ou em cenários / ambientes externos ou internos que sejam catastróficos, respire fundo e olhe em volta. Observe as árvores, o céu, ouça os barulhos das coisas (pessoas, bichos, coisas) que te rodeiam. Lembre que você tem a capacidade de receber estímulos agradáveis todo o tempo através dos cinco sentidos. É um bem muito precioso e que está sempre à sua disposição.

O que fazer? Sempre que ficar consciente de que acionou um padrão negativo de pensamento, e de alguma forma ficou preso nele, relembre que pode sair disso pela sua própria vontade. Faça o redirecionamento da sua atenção e saboreie as cenas positivas no que há ao seu redor.

Consulte um profissional

Quando a ansiedade se torna algo insuportável, esmagador, e interfere no seu dia-a-dia, considere a busca de um profissional. Se isso está te prejudicando, é hora de trata-la.

O que fazer? Busque um psicólogo / terapeuta.

O que tudo isso tem em comum?

Todas elas dizem: preste atenção em você. Com o seu lado de dentro.

Ao invés de se sentir vítima da sua ansiedade e transformá-la em algo paralisante e uma preocupação desmedida, você pode transformar uma mente adoecida para uma mente cheia de consciência de si e com possíveis soluções criativas, contribuindo para a solução dos seus problemas e o reencontro com a paz interna.

A VIDA PERDEU O SENTIDO PORQUE DEIXAMOS DE SENTIR

A VIDA PERDEU O SENTIDO PORQUE DEIXAMOS DE SENTIR

O homem se orgulha se ser racional, de ter evoluído muito desde que deixaram de ser macacos. O cérebro humano é um dos mais privilegiados de toda a natureza.

O pensamento é uma função da mente, e existe para fazer conexões, reflexões, criar algo novo. O pensar inventou tantas coisas: o fogo, o avião, o sapato, o botão, a moeda, o relógio. Médicos pensam (e estudam) para operarem e fazerem diagnósticos. Professores pensam para desenhar suas aulas. E nós – seres humanos em gerais – pensamos para aprender. Tudo. todo o tempo.

Por conta do pensar, achamos que esta é a maior e mais nobre função humana, e seguimos a vida através do pensamento. Já o sentir é qualificado, muitas vezes, como sendo burro, ingênuo, sem utilidade e só serve para nos machucar. Para que sentir se pensar resolve todos os problemas? Você já pensou sobre isso? E sentiu?

Isso não acontece quando o pensar útil se transforma em um ruminar de pensamentos sobre a vida, sobre os problemas e isso tudo se reverte em pré-ocupação (da mente), que é um tentar se antecipar nas questões que ainda não aconteceram e nas conclusões precipitadas (que, aqui entre nós, nem sempre acertamos). Mas isto são apenas ruminações de possibilidades, geralmente ruins. Ou, quando você rumina, pensa em coisas boas?

“Ah, mas pensar sempre o pior é melhor, porque, aí, o que vier, é lucro”.

Então pense em algo prático que você já tenha vivido (ou irá viver ainda). Agora, pense se o pior aconteceu / acontecesse. Rumine bastante sobre. Opte por parar de ruminar. Ruminar = antecipar problemas, desgraças, conclusões precipitadas (e, quase sempre negativas). Significa distorcer a mente para achar soluções, que podem ser boas ou não.

Ruminar, portanto, é criar problemas que você nem sabe se vão acontecer ou não. E fica mastigando emoções destrutivas: medo, insegurança, preocupação, tensão, ansiedade, raiva, indecisão, angústia, desconfiança, etc.

“Quando penso sobre a minha vida, só vêm emoções ruins”.

Quando a pessoa pensa sobre a própria vida, em geral, é para resolver alguma questão que a aflige. E, aí, não temos vigilância consciente sobre o nosso pensar e, com isso, as emoções negativas, advindas da ruminação, acabam tendo consequências negativas sobre as nossas ações:

O medo de errar novamente.

A desconfiança de se magoar – consigo, com o outro, com alguma situação – novamente.

Essa desconfiança causa possíveis isolamentos de novas relações.

A preocupação (pré-ocupar-se) e a tensão gerada roubam a clareza para tomar decisões e achar soluções criativas.

Outra função da mente é interpretar o que acontece, os fatos. [E, existe uma citação na Psicologia que diz que “interpretação fora de sessão é agressão”]. Diante de algum fato, a mente vai até as memórias que temos, das experiências que já passamos, e conclui por comparação e semelhança. Mas tudo sempre aconteceu e acontece da mesma forma, pra todo mundo? E, se alguma situação X teve como consequência um desfecho ruim no passado, será que a situação X2 terá a mesma consequência negativa no futuro? Somos sempre os mesmos?

Dessa forma, acontecem os pré-julgamentos, a couraça. Por isso, é de extrema importância que a gente pense sobre a forma como estamos pensamento.

Outro problema da ruminação é o deixar de sentir – as soluções, as pessoas, a intuição, o momento presente. Queremos controlar tudo com o pensamento. Você tem total controle sobre tudo? [Eu não! E, ainda bem por isso!]

Quem já se desligou do sexo porque os pensamentos ficaram vagando? Ou se desligar de um bom filme, uma boa conversa, e coisas boas que podem estar ocorrendo na nossa vida…

Mas, dizem, que quem não pensa é um alienado. Realmente.

Mas, em geral, também dizer que sentir é arriscado. Sentir causa sofrimento, frustração, desilusão, etc. Acha mesmo?

O pensamento, então, se torna um mecanismo de defesa, como uma antecipação para não sermos feitos de bobos, para ficarmos espertos. Mas, o que causa sofrimento são os pensamentos, não os sentimentos. Sentimos raiva, culpa, medo, sobre aquilo que pensamos, e não sobre o que sentimos.

No consultório, quando perguntamos “isso que me contou, qual o sentimento?”, em geral, o paciente diz o que acha (o que pensa!). E achar é função da mente. E o que você sente sobre isso? Não sabem dizer. Nunca pensaram sobre isso. Nunca pensaram sobre o sentimento! Nem sabem o que sente… Não é para pensar, é para sentir. O que sente? “Não sei” é a resposta mais comum.

É por isso que nada tem sentido. Faz sentido para você?

Se não sabemos o que sentimos, se não nos é possível nomeá-los (a gente nomeia o que a gente conhece), como podemos, nós mesmos, ter sentido?

Não ter sentido = não tem sentimento. Já pensou sobre isso? (Olha o pensamento de novo!). Como não pensamos nisso, se esta é a coisa mais importante em que pensamos para que a nossa vida aconteça, ficamos reféns dos pensamentos, e nem sabemos / reconhecemos aquilo que sentimos.

Quando sentimos que nada tem sentido, portanto, é um sinal de que os pensamentos estão dominando os sentimentos. O sentir está vazio. Foi transferido para a mente. Hoje em dia, é evoluído ser intelectual, ser cult, evoluído, papo- cabeça, filosófico. É inteligente. Preciso PARECER inteligente. Preciso ter conteúdo. Sentir é para os fracos. Há que diz que “não tenho tempo para estas coisas”. Sentir “é coisa de mulherzinha”.

O sentir está tão desligado que perdemos o contato até com o nosso corpo. Não sentimos os pés no chão quando andamos, o vento no rosto quando andamos mais rápido. Não olhamos no olho dos outros, não sorrimos mais. [Todo mundo – cada um – plugado no seu smartphone, não é?]

Não sabemos mais o que gostamos. Não sabemos mais o que queremos. E, mesmo quando de férias, não relaxamos, porque:

Pensamos nos problemas.

Não conseguimos sentir o não-fazer-nada.

Precisamos (PRECISAMOS!) ir ao cinema, ao teatro, a exposição, ao show, ler X livros, etc.

O que fazer, portanto?

Volte a sentir. Sinta quem você é. Quem você é?

Sinta quem é outro. Quem é o outro?

Sinta a relação. Quem são você e o outro? Que tipo de relação vocês estabelecem?

Sinta o aqui-e-agora.

Sinta o gosto, o cheiro, a textura da comida, da vida.

Sinta a sua intuição. [E, se eu posso dar outro conselho é: siga-a!]

Sinta o seu sorriso.

Sinta os seus desejos. E os seus não-desejos. E não aja se você sentir o não-desejo.

O sentir vem da conexão do eu com o eu. É do lado de dentro que achamos quem somos. É onde tudo tem sentido.

Transtorno bipolar

É uma patologia em que o paciente alterna entre períodos de bom humor ou irritação ou euforia, e períodos de depressão. As oscilações de humor entre a mania e a depressão podem ser muito rápidas.

Este tipo de transtorno afeta ambos os sexos e tem inicio entre os 15 e 25 anos. A causa exata ainda é desconhecida, mas ocorre com mais frequência em familiares de pessoas que já apresentem este transtorno.

Existem tipos diferentes de transtorno bipolar e as pessoas do tipo 1 apresentam, pelo menos, um episodio de mania e períodos de depressão profunda. Antigamente, este tipo era denominado de depressão maníaca.

As pessoas com transtorno bipolar do tipo 2 nunca apresentam episódios de mania completos. Apresentam períodos de níveis mais elevados de energia e impulsividade, que não são tao intensos como os da mania (conhecido como hipomania). Estes episódios se alternam com períodos depressivos.

Uma forma leve de transtorno bipolar é a ciclotimia, que envolve oscilações de humor mais brandas. Pessoas deste diagnostico alternam entre hipomania e depressão leve. As pessoas com transtorno bipolar tipo 2 ou ciclotimia podem ser diagnosticadas de forma incorreta como sendo apenas deprimidas.

Para a maioria dos pacientes com transtorno bipolar, não existe uma causa evidente para os episódios de mania ou de depressão.

A seguir, estão os possíveis desencadeadores de um episodio de mania em pessoas com transtorno bipolar:

Mudança de vida, como o nascimento de um filho.

Medicamentos, como antidepressivos ou esteroides.

Períodos de insônia.

Uso de drogas.

Vários fatores estão envolvidos para o correto diagnostico do transtorno bipolar. O médico pode usar todas ou algumas das possibilidades abaixo:

Perguntar sobre o seu histórico médico familiar; se alguém da família tem ou teve transtorno bipolar.

Perguntar sobre as oscilações de humor recentes e há quanto tempo apresenta este tipo de alteração.

Fazer exame completo para investigar doenças que podem estar contribuindo para os sintomas.

Solicitar exames para verificar a ocorrência de problemas na tireoide ou níveis toxicológicos.

Conversar com os familiares mais próximos sobre o comportamento do paciente.

Fazer um histórico médico, incluindo todas as queixas médicas e medicamentos utilizados ao longo da vida pregressa do paciente.

Observar comportamento e humor do paciente.

Observar o uso de drogas, mas o não uso delas não descarta o transtorno bipolar. O abuso de drogas pode ser um dos sintomas do transtorno bipolar.

COMO MANTER A CALMA EM MEIO AOS PROBLEMAS?

Todos nós já passamos por momentos difíceis, em que parece que estamos sendo testados para nosso autocontrole, persistência e paciência. A pressão no trabalho, problemas de relacionamento, questões com a saúde, e tantas outras coisas que podem nos levar a algum transtorno psicológico, ansiedade, pânico, incômodo, estresse ou dor emocional. Se você se perguntasse, agora, em relação ao seu passado, sobre a forma como se sentiu frente a essas situações, você, provavelmente, responderia que tinha tido um sentimento de impotência. Mas, se você se perguntasse como gostaria de se sentir nessas situações, você, provavelmente, relataria que seriam sentimentos de calma, paz e controle.

Sofrer de ansiedade, estresse e descontrole emocional podem ser sentimentos ruins, especialmente se você estiver vivendo uma época ruim. Se você abordar determina situação (ainda que ela seja ruim) com calma e controle, não teria sido melhor e mais fácil viver àquela situação, e não teria te prejudicado tanto, física, mental e emocionalmente? Embora saibamos disso, é difícil colocar em prática. Ficar calmo quando o mundo está caótico ao nosso redor é difícil sim, mas não impossível.

Abaixo, alguns modos de como você pode manter a calma, mesmo quando as coisas forem difíceis.

Desprender-se

Se você tem a possibilidade de sair fisicamente do local onde o problema está ocorrendo, faça isso. No entanto, fugir (fisicamente) da situação pode contribuir para que o problema aumente. É importante, então, que você se afaste apenas por um período de tempo para pensar com clareza e aplicar aquilo no qual você tenha pensado.

O distanciamento mental (e emocional) também é possível. Basta agir como se fosse um expectador da cena e de si mesmo, como se estivesse vendo um filme do que está acontecendo para, vendo de fora, pensar o que pode fazer perante tal situação.

Isso ajuda a dissociar do problema que lhe causa estresse e ansiedade, e a pensar com a razão.

Ao agir dessa forma, vai sentir que tem controle sobre o que está acontecendo consigo mesmo, e a perceber suas transformações emocionais.

Deixe as emoções de lado

O maior problema é que nós pensamos de acordo com o que sentimos, e isso multiplica a sensação de estresse e emoções avassaladoras. Sempre que você se encontrar em determinada situação, tente não agir de imediato e de acordo com aquilo que sente.

Oriente-se de acordo com a sua consciência e com a sua razão e fique no controle de si mesmo. Em seguida, pense em algo lógico, de acordo com o objetivo que deseja.

Pode auxiliar fazer respirações profundas, para que mantenha a mente oxigenada e mais clara, e fique, com isso, mais focado em si mesmo, permitindo que as emoções venham, mas sem que elas tomem o controle da situação. Observe as emoções e deixe-as deslizar. As coisas vao se tornando mais claras e você vai sendo capaz de concentrar-se na solução, e não no problema.

Encontre a calma do lado de dentro de si mesmo

Algumas pessoas acreditam que a respiração pode ajudar; outras gostam de orar ou relaxar. Não existe regra. Tente avaliar o que melhor funciona para você.

No entanto, cuidado com o relaxamento através da comida (chocolates, etc.), ou bebida (álcool) ou drogas (tabaco, e drogas ilícitas). Estas podem relaxar, mas prejudicam a longo prazo.

Medite

Meditar é o treinamento da mente para ela estar sob controle. As técnicas de relaxamento ajudam muito nestas situações. Encontre a sua melhor forma de meditação (existem várias na internet, que ajudam muito).

O importante é que você consiga focar a sua atenção em algo, seja contemplando uma paisagem, uma sensação corporal, ou observando seus pensamentos internos, sem análise e/ou julgamento.

Reveja seus sucessos e utilize a força disso

Qual foi a ultima vez que você tenha enfrentado algo difícil e que, no final, correu tudo bem? Encontrar força em momentos passados onde conseguiu sair da dor pode gerar esperança para o hoje. Lembre de como você se sentiu naquela época, e como você foi forte, e tente perceber as coisas que você ouviu, de outros e de você mesma para você, e que a manteve firme na solução do problema. Diga a você mesma que já passou por isso, que já esteve neste lugar. Então, repetir estes momentos, onde conseguiu sair disso, pode ser uma boa estratégia para superar isso que ocorre hoje.

Pratique atividade física

Cuidar do corpo, sobretudo de você mesma, e saber ter prazer e satisfação no momento promove saúde física, psíquica e emocional. O exercício não precisa ser a academia. Pode ser dançar no quarto; pode ser dar uma caminhada na praia (ou no quarteirão arborizado); ou subir os lances de escada do seu prédio; enfim. Significa movimentar-se.

Ao exercitarmo-nos, estamos promovendo libertação de química do nosso organismo que mantém o equilíbrio homeostático. Este equilíbrio é perdido sempre que enfrentamos situações estressantes por um período longo. A atividade física permite a diminuição do hormônio do estresse no nosso sangue e faz com que nos sintamos melhor.

Aceite as suas emoções

Aceitar as emoções não significa gostar de sentir-se mal, ou triste, ou com emoções indesejadas.

É importante perceber que existem determinadas emoções que sentimos a partir do que estamos vivendo / enfrentando.

Se estamos frustrados em relação a algo que não conseguimos realizar, devemos sentir a frustração plenamente, e aceitar esta emoção como uma informação, um dado, que nos informa alguma coisa. Ao fazer esse olhar interno, encontramos um lugar que é possível sentir a emoção plenamente, até para poder se desligar dela.

Negar a frustração significa não viver isso adequadamente.

Aceitar e enxergar a frustração (ainda que doa) é o que há de mais digno para a expressão e a ventilação das emoções, até que isto passe e possamos retomar o foco para aquilo que nos motiva.

Maneiras de ser positivo na vida

É comum sermos atingidos por um momento de pessimismo. É difícil ver o que há de positivo na vida e se tornar otimista quando você está perdido nos pensamentos negativos. O pessimismo (ou o pensamento destrutivo), em geral, instala-se porque afunilamos a atenção para tudo o que é negativo e sombrio. Passamos a ver a vida com lentes de vitima.

A seguir, existem alguns hábitos positivos que permitem criar uma perspectiva otimista e positiva de ver a vida. Na aplicação prática delas, escolhe um dos hábitos de cada vez, e utilize-o por, pelo menos, quinze dias, para que ele se torne duradouro.

Você pretende que o otimismo tome conta de você, e que, de forma tranquila, oriente as ações do seu corpo, e domine as suas percepções e que, com consciência, você e o seu otimismo se juntem para achar uma solução plausível para as suas questões? Então, estamos no lugar certo.

Em geral, não há tempo a perder. Deseja que cada célula do seu corpo seja comandada pela força do seu otimismo e que isso se expanda para a sua vida?

Vamos aos hábitos, então:

Faça boas perguntas a si mesmo

O primeiro e mais simples passo. As perguntas que fazemos a nós mesmos, quando colocadas por uma perspectiva pessimista, nos leva para caminhos difíceis, nos prejudicando e nos tirando do foco de algum tipo de solução.

Imbuídos de pessimismo, podemos nos perguntar:

– Por que isso aconteceu comigo?

– Por que coisas ruins acontecem comigo todo o tempo?

– Por que nunca tenho sorte?

É importante que façamos perguntas alinhadas com uma perspectiva que veja a solução, com uma perspectiva otimista:

– O que eu posso fazer para melhorar esta situação?

– O que eu posso aprender com esta situação?

– Qual o passo que posso dar para começar a resolver esta situação?

Agradeça pelo que tem

Uma forma muito simples e rápida de aumentar a energia positiva é praticar a gratidão. As perguntas que podemos fazer nesta área são:

– O que tenho na minha vida hoje pelo qual posso ser grato(a)?

– Quem são as três pessoas que eu posso ser grato por ter na minha vida e por qual motivo?

– Quais são as três coisas que eu posso ser grato a meu respeito?

Na maioria das vezes, andamos na vida na forma de piloto automático. Não temos consciência das coisas boas que possuímos. É importante, portanto, que aumentemos a consciência para todas as coisas boas que temos e que nos acontecem. Quando enfrentamos um problema, ser grato pelo que tem não resolve o problema, mas pode ajudar a gente a se energizar e ficar em um estado de ser mais positivo para solucionar aquela questão.

Regenerar-se e cuidar de si

Ser otimista e positivo não é apenas pensar de forma diferente e direcionada à solução. É, também, ter a noção de que temos um corpo e, quanto melhor cuidamos dele, mais preparados e fortalecidos estaremos para enfrentar as dificuldades e para chegar aos nossos objetivos.

Mente sã; corpo são. O ditado, apesar de antigo, é sábio. Precisamos ter um sono reparador, exercitar o corpo, se alimentar de forma equilibrada para que possamos nos sentir bem. Por isso, não negligencie o cuidado com você e com seu corpo. Cuidar do seu corpo físico de forma correta pode minimizar os problemas da sua vida.

Comece o dia de forma otimista

A maneira de iniciar o dia pode definir o resto dele. Nem sempre conseguimos controlar tudo o que passa ao nosso redor e, claro, sofremos influência daquilo que se movimenta ao nosso redor. Coisas boas e coisas ruins acontecem, o tempo todo. No entanto, podemos, sempre, agir de forma que nos beneficie. É importante que nos habituemos a agir positivamente sobre o nosso dia desde o momento em que levantamos.

Relembre que você tem sempre o poder de autoinfluenciar-se de forma positiva. Escolha as palavras, imagens e cenários mentais que possam colocar você em um estado de ser pleno de recursos de acordo com as exigências, desafios e objetivos do seu dia.

Concentre-se em soluções

Uma forma de se sentir mais negativo sobre determinada situação é sentar e não fazer nada sobre isso. Ao invés disso, abra a sua mente para as possibilidades da situação que você esteja enfrentando. Deixe aquilo que considera impossível de realizar ou que não depende de você e foque a sua atenção e esforços naquilo que pode fazer e dependa de você.

Determinadas vezes, os estados negativos e pessimistas fazem a ansiedade disparar e nos leva para lugares de angustia. Nesse estado, tudo passa pela nossa cabeça, menos a solução. Para contrariar esta tendência, importa acionar o poder da ação fazendo o que é preciso ser feito. Temos de ficar dispostos a fazer o que for necessário para ser feliz.

A coisa mais importante é seguir em frente, mesmo que o passo seja pequeno.

Reduza as preocupações

O hábito de estar preocupado é uma grande poderosa e destrutiva forma de utilizar os mecanismos do pensamento contra a gente mesmo. Este habito pode ser um obstáculo para o otimismo e a positividade perante a vida. Se você sente que a preocupação excessiva tomou conta da sua mente, aplique os seguintes passos para que você possa minimizar as suas preocupações.

– Pergunte-se.

Quantas das minhas preocupações já aconteceram na vida real?

Se você sofre disso, certamente, a resposta é: muito poucas. A maioria das coisas que você teme na vida nunca irá acontecer. São apenas pesadelos que povoam a sua mente. Esta questão pode ajudar você a verificar a realidade, para se acalmar e perceber que você provavelmente está apenas construindo um pesadelo imaginário.

– Olhe para o conteúdo da sua preocupação.

A partir disso, oriente os seus pensamentos e discurso interno de forma funcional e real. Pense no que pode fazer no momento para se preparar, modificar ou prevenir esses acontecimentos imaginários. O mesmo a respeito da preocupação excessiva. Onde será melhor colocar a sua atenção? Na preocupação, ou controlar os aspectos da sua vida que ainda estão disponíveis a você?

Não deixe que a perfeição arruíne a sua vida

Um erro comum que as pessoas cometem ao mudar suas atitudes é pensarem que têm de ser perfeitos e fazer as coisas perfeitas todo o tempo. Isso pode afastá-los do retorno positivo das suas ações. A mudança para uma atitude positiva deve ser um processo gradual. Na vida, você pode escorregar, tropeçar, cair, e isso não deve ser interpretado como negativo. Se você for aprendendo com as experiências e for aceitando as dificuldades, certamente, irá manter-se firme no caminho da possibilidade de chegar ao seu objetivo.

Se você definir um padrão irreal para si mesmo, achando que ou faz tudo perfeito ou não tem valor, o pessimismo e a negatividade vão tomar conta de você. E, assim, você poderá se sentir como um fracassado. Você fica com raiva de si mesmo. E pode desistir de mudar seus hábitos. Então, se você é otimista 40%, tente ser otimista 60%, e não 100%.

Este esforço na melhoria gradual é bem mais sustentável do que trazer o sucesso a longo prazo buscando um padrão de perfeição.

Mantenha-se firme

Quando a vida acontece de forma ruim, e ficamos desgastados pelas tentativas de superar nossos problemas, ultrapassar os obstáculos ou mudar um habito, a carga emocional pode ser tremenda e instalar-se o abatimento. Não desista dos seus esforços e do seu caminho percorrido. Por vezes, o mais difícil é aguentar o esforço o tempo suficiente para que possamos usufruir do retorno positivo.

Ao decidir-se manter firme você se compromete em tomar ações ao invés de desistir, aumentando a probabilidade de alguma coisa boa ocorrer. Mantenha-se otimista ao tomar medidas para continuar, mesmo quando passar por momentos de dificuldade.

EXERCÍCIOS PARA RECUPERAR A PAZ DE ESPÍRITO

Todo mundo passa por dificuldades ao longo da vida que os faz disparar emoções negativas e preocupações, colocando-se em determinados estados (emocionais e psicológicos) que em nada beneficiam para a superação dos problemas que enfrentam. Quando estes problemas se tornam frequentes, intensos e duradouros, as sensações desagradáveis que se sente no físico intensificam e as pessoas tendem a perder o controle sobre as suas próprias decisões, podendo afetar o bem-estar e a qualidade de vida como um todo. É importante, portanto, que se desenvolva um conjunto de habilidades e conhecimentos que possam resgatar a paz de espírito.

Alguns exemplos de um possível estado de ser:

Ter pensamentos persistentes, como vozes na cabeça, que arruínam seu dia, e colocam você em estado de ansiedade e angústia.

Deseja ser claro em seus pensamentos, e acreditar naquilo que se propõe, sendo seguro(a) e confiante de si mesmo.

O seu estado atual e os sentimentos atormentam de tal forma, que sente a mente superlotada, fazendo do dia um sacrifício.

Não é e não quer ser assim, e é desconfortável sentir-se impotente sobre os seus estados de humor.

Quando está neste estado de ser, tomado pelas vozes internas críticas, tem pena de si.

Não consegue se orientar, e tudo o que sente é confuso.

Sente desespero, e espera que tudo possa ser melhor, tal como uma mágica.

Sente esperança, mas desespera pela esperança.

Caminha atormentado, duvida de todo mundo e tudo, e até de si mesmo.

Sabe que está neste estado, mas não é desta forma; tem lembrança de ter conduzido a própria vida.

Faz tempo já que não se sente bem, e não lembra mais como é isso.

Sente-se como um hospedeiro das próprias emoções, dos seus medos e frustrações.

Assiste – de forma passiva – as suas lamentações, a respeito do estado em que se encontra.

Sente perder o controle de si mesmo, como se reagisse a tudo de forma intemperante, em que o único prejudicado(a) é você mesmo(a).

Está em um estado que não deseja ser.

Precisa se distanciar da escuridão em que está.

Tem que criar a própria luz e esclarecimento.

Tem que perceber que tem que fazer coisas, que no entorno possam promover um estado de satisfação, onde haja mais leveza, alegria e cor.

Tem de aprender a saber quando este estado tomar conta de mim e cuidar para que isso não se apodere.

Não deseja ser nem estar neste estado em que se encontra, que está fazendo parte da sua essência.

O estado se apodera de si e toma conta das partes mais sombrias do seu ser, e transforma o bom em mau, ânimo em desânimo e paixão em tortura.

Deve conseguir perceber quando os seus estados negativos iludem, e fazem julgar que está neste mundo para viver apenas desgraça.

Essa descrição de um determinado estado de ser demonstra a perda de controle emocional e a tentativa de retomada do controle através da consciência, que vai se desenvolvendo a partir da capacidade de se distanciar de tal dor e passar a agir de acordo com aquilo que se deseja alcançar. Esse processo de aprendizado da interpretação das próprias emoções, e do distanciamento delas, e da análise das mesmas a partir da consciência, com clareza de pensamento, nem sempre é tarefa fácil. É preciso alguns esclarecimentos, e o conhecimento de alguns conceitos para que haja a prática da habilidade de distanciar-se das emoções negativas e dos pensamentos negativos, para agir com consciência e assertividade.

HIERARQUIA DAS NECESSIDADES HUMANAS

De acordo com Maslow, o que motiva o homem são as suas necessidades. Logo que uma é satisfeita, surge a outra. Este processo é cíclico, interminável e contínuo; ou seja: acontece da hora que nascemos até a hora em que formos morrer.

As necessidades estão organizadas em níveis em uma hierarquia de importância, na ordem que está a seguir:

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

São as necessidades vitais de sobrevivência: excreções (urina, fezes, suor), alimentar-se, dormir, auto-proteção contra frio e calor e, também, necessidades sexuais.

NECESSIDADES DE SEGURANÇA

Quando as necessidades vitais (acima) estão satisfeitas, as necessidades de segurança, então, aparecem.

Estas são aquelas de proteção contra o perigo: seguro de vida, incêndio, seguro saúde (ser uma pessoa saudável), casa (ter uma moradia), ter uma ocupação (ou emprego estável, que nos gere renda).

NECESSIDADES SOCIAIS

Quando as necessidades vitais e de segurança estão satisfeitas, e o homem está “tranquilo” em relação ao seu bem-estar e segurança, as necessidades sociais, então, aparecem.

Estas são aquelas necessidades que dizem respeito à participação ou associações em determinado grupo (clube, etc.), aceitação por parte dos amigos, novas amizades, uma relação amorosa afetiva, etc.

Profissionalmente, a falha desta necessidade aparece quando a pessoa age de forma a não integrar-se a algum grupo e aos objetivos de uma equipe que participe, tornando-se competitivo (ou retraído) e não cooperativo.

NECESSIDADES DE AUTO-ESTIMA

São aquelas que se referem ao respeito, auto-confiança, status, boa reputação, reconhecimento pessoal e social, apreciação e respeito dos amigos.

Para esta necessidade “aparecer”, é preciso que os níveis anteriores estejam razoavelmente satisfeitos.

NECESSIDADES DE AUTO-REALIZAÇÃO

Esta é a última necessidade a ser completada e diz respeito a dar vazão às próprias potencialidades, de um contínuo e ininterrupto processo de auto-desenvolvimento e criatividade (pessoal e profissional).

SOBRE A DOR EMOCIONAL

Diariamente, vivemos e passamos por acontecimentos que nos fazem sentir, com mais clareza, nossas emoções. Se esses acontecimentos são perdas, traumas, fracassos, falhas, frustrações, medos, decepções, vamos experimentar todo o tipo de sofrimento, tais como tristeza, ansiedade, compulsões indesejadas, auto-sabotagem, doenças emocionais e físicas, aborrecimento, assim como raiva, etc. O que pode nos ajudar a aliviar estes tipos de sofrimentos?

A psicoterapia pode ajudar o sofrimento emocional. E, além da psicoterapia, existem passos e formas que cada um de nós – à sua forma – pode utilizar na sua vida para aliviar parte deste sofrimento.

SEJA VOCÊ MESMO

Seja fiel aos seus objetivos, valores, sonhos e projetos futuros. Ou seja: saber aquilo que você deseja na sua vida, estabelecer limites para você mesmo, e ter as suas próprias crenças e opiniões, vestir a sua própria roupa (ou o seu corpo, enquanto roupagem), defender as suas próprias idéias, que lhe fazem sentido. Seja genuíno na sua (para com a sua) dor, na expressão das suas emoções. Perceba o que mexe com você, o que faz você levantar todos os dias de manhã… O que você defende na vida? O que mantém você focado nos seus objetivos? O que faz que lhe dá alegria?

Investir no autoconhecimento, quando sabemos quem queremos ser, como agir e o que sentir, nos tornamos mais capacitados para a auto-orientação e para a orientação dos caminhos que trilharemos ao longo da vida. Os caminhos sombrios e confusos começam a ganhar luz.

INVENTE E RE-INVENTE VOCÊ MESMO

Quando percebemos que a nossa vida vai tomar um rumo que não queremos ou que determinados comportamentos nos prejudicam, é importante que tomemos consciência que nossas decisões (ou a falta de) contribuíram para o estado em que estamos, ou que estamos indo. Apesar de toda a dor emocional, algo maior surge: a possibilidade de fazermos algo diferente e ir ao encontro do caminho que queremos que a nossa vida vá. Isso é tomar conta da nossa capacidade e potencial.

Você tem atributos e capacidades e inclinações que são desenhadas em determinado ambiente e que, no passado, podem ter lhe sido úteis. No entanto, em determinado momento da sua vida tudo parece tomar outro rumo (ruim) e você tem à disposição o benefício de se auto-questionar. Você pode conseguir reduzir o sofrimento emocional ao decidir se comportar de forma a experimentar menos angústia emocional: mais calmo, menos (auto) crítico, menos egoísta, mais produtivo, etc.

AMAR E SER AMADO(A)

O nosso desenvolvimento e crescimento beneficiam o contato conosco e com o outro, disponibiliza-nos para o afeto e para a interação. Somos seres que, também aprendemos, na relação, e temos características para viver em sociedade. Estamos estruturalmente desenhados para criarmos laços, sintonias e cumplicidades. Na base de tudo está o amor. Com ele, somos mais felizes, mais confortáveis e experimentamos a vida com mais significado. É importante termos a nossa individualidade, mas também devemos possuir e distribuir afeto. Para viver no individual e no afeto (na relação), é importante que reconheçamos a realidade do outro, incluí-lo na nossa vida, e não apenas falarmos de nós e das nossas idéias e preocupações mas, também, ouvir ativamente para nos adaptarmos às mudanças e nos sentimos inseridos no ambiente que nos rodeia.

ADQUIRIR CONTROLE SOBRE A SUA MENTE

Não podemos impedir que algo que aconteça na nossa vida não nos cause dor emocional. Por outro lado, a maior causa de sofrimento emocional é aquilo que pensamos a respeito do que pensamos. É importante aprender a identificar os pensamentos que não nos servem, abrindo uma brecha para não ouvir, internamente, estes pensamentos e poder substituí-los por pensamentos mais saudáveis. Pensar a respeito de pensamentos que não nos servem é o mesmo que promover e buscar o sofrimento emocional. Só você pode obter controle sobre a sua própria mente e, se não fizer esse trabalho, vai aumentar a probabilidade de viver uma vida de sofrimento.

DEIXE IR O PASSADO QUE DÓI

Não somos imunes ao sofrimento e, também por isso, não conseguimos impedir que o impacto emocional do passado se expresse no hoje. Não é possível não sentir. A dor emocional existe de diversas maneiras: suores, pesadelos, tristeza, raiva, sentimento de derrota, a perda, o desanimo, a falta de energia. Podemos, no entanto, nos libertar da angústia do passado, que, já que está lá, não precisa (não pode) existir mais no hoje. Devemos nos esforçar (e nos forçar) a seguir em frente. Se você desenvolveu algum hábito que fazem disparar memórias que doem, a qualquer momento isso pode re-abrir as feridas emocionais do passado.

Se você é sempre importunado pelo seu passado, é importante que tome algumas decisões e mude determinados padrões. Talvez você precise reinterpretar os acontecimentos que estão na base do sofrimento ou aceitar as perdas que vem daí. Se você é muito reativo, ressentido ou amargurado, e sente-se vítima da sua história, tente investir na reestruturação do seu passado (no agora) e liberte-se (e queira libertar-se) das mágoas antigas.

APRENDA A CONTROLAR A ANSIEDADE

Não é possível não sentir. O mesmo é aplicado aos sintomas da ansiedade: batimentos cardíacos elevados, nó na garganta, embrulho no estômago, respiração ofegante, suar, agitação física, irritabilidade. Tudo isso expressa a memória que faz disparar a dor emocional. Existem técnicas e estratégias que podem reduzir a ansiedade, tais como: respiração, técnicas de relaxamento, meditação, dentre outras. Mas, o que vai fazer a diferença é você não ficar ainda mais tenso com os sintomas que sente, tentando contextualizar o momento de vida que está atravessando, e percebendo que tem à sua disposição a capacidade de auto-organizar-se e tomar as rédeas dos seus comportamentos.

É importante que abandone a mentalidade de se vitimizar, caso seja o seu caso. Deixe de viver as adversidades da vida de forma catastrófica. A mudança de mentalidade pode promover a sua capacidade de regular os sintomas da ansiedade para níveis mais aceitáveis e, com isso, chegar cada vez mais próximo ao seu equilíbrio emocional. Não ignore a sua dor ou a sua dificuldade, mas capacite-se e aprenda a fazer coisas para regular os seus estados internos para níveis funcionais.

ESTABELEÇA SIGNIFICADOS DELIBERADOS

Alguns de nós temos a noção de que devemos buscar significado para a nossa vida, como se esta estivesse perdida. Podemos ter mais significado na nossa vida se pararmos de buscá-lo, como se tivesse perdido, ou como se o outro soubesse mais dele do que nós. É importante perceber que temos o poder para influenciar o significado que damos às coisas e contribuir ativamente para a sua criação. Ao investir dia-a-dia em ações que podem gerar um resultado que nos reforça, que nos deixa felizes, ou naquilo que desejamos pode contribuir de forma ativa para a construção de um significado para a nossa vida. Quando olhamos para ela como significativa e com propósito, ficamos mais aptos a lidar com os abalos e sentimos que os esforços que fizemos valeram a pena. Quando aprendemos a valorizar pequenos atos, baseado na decisão de construir significado nas nossas ações, pensamentos, atividades, envolvimentos, caminhamos na vida com a convicção de que podemos influenciar, de forma positiva, aquilo que tem significado para a gente.

CUIDADO COM O HUMOR. ORIENTAÇÃO PELOS OBJETIVOS

O significado que atribuímos às coisas é mais importante para guiar a vida do que o estado de (mal) humor que nos encontramos. Assim, ficamos mais cônscios para lidar com o sofrimento emocional. Assim, a cada dia, anunciando a você mesmo o que pretende realizar e o que lhe faz sentido, como pretende lidar com as tarefas diárias, como pretende relaxar, como pretende agir com o outro, pode ser muito benéfico para tirar-lhe desta dor.

Se você considerar que pode influenciar o seu estado de humor ou que pode fazer o que deve ser feito, ou o que se propôs, mesmo não sentindo vontade para realizar, toma as rédeas do enfrentamento do dia-a-dia. Quando você consegue fazer o exercício de separar os seus estados incapacitantes e orientar-se mais pelos objetivos do que pelos variados estados de humos, irá contribuir para a redução do sofrimento emocional. Oriente-se, portanto, sobre as suas intenções e menos pelo seu mal humor.

ATUALIZAR SUA PERSONALIDADE

Pode ser que você não seja a pessoa que gostaria de ser. Pode ser que você esteja andando mais nervoso do que gostaria de estar. Mais impulsivo. Mais disperso. Mais indisciplinado. Se algum desses (ou outros) for o seu caso, você precisa rever você mesmo e, isso, só você pode fazer por você. Pergunte a você mesmo: que pensamentos e ações estão alinhados com os meus objetivos e com aquilo que dou sentido e significado? Tente visualizar que pensamentos você tem que implementar e que medidas tem que tomar para colocar estes pensamentos em prática. Assim, você implementa um conjunto de pensamentos e formas de agir e atuar no mundo que podem aliviar seu sofrimento.

LIDAR COM AS CIRCUNST NCIAS

As circunstâncias que enfrentamos têm peso na nossa reação emocional. Não é possível ignorar os acontecimentos da vida. Importa a situação econômica, os nossos relacionamentos, as condições de trabalho, a nossa saúde. E, determinadas circunstancias estão fora do nosso controle. Muitas, no entanto, então sob o nosso controle. É possível mudar de emprego ou de carreira, separar do marido, perder peso, irritar-se, manter a calma, etc. Podemos fazer exatamente aquilo que achamos que podemos fazer para mudar (e melhorar) as nossas circunstâncias. E, como resultado, nos sentimos emocionalmente melhores. O alivio do sofrimento requer que você tome uma ação real no mundo real.

CONCLUSÃO

Cada um de nós, em determinados momentos, somos alvo do sofrimento emocional. Não há como fugir disso. É importante saber, no entanto, se temos ferramentas à nossa disposição para aliviar este sofrimento e perceber que temos a capacidade de nos ajudar em momentos difíceis. Você pode compreender você mesmo, estabelecer objetivos, agir em sintonia e coerência consigo mesmo, aprender (e apreender) com a experiência, crescer e superar a dor infligida. No entanto, nada disso é real e verdadeiro se você não estiver disposto a trabalhar para isso. Não há quem possa fazer isso por você.